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Pinóquio corporativo: como lidar com colegas e chefes mentirosos

Mentir é humano, mas tem limite. Entenda até onde isso é aceitável nas relações de trabalho e quando pode ter consequências sérias. Fale a verdade: você já contou alguma mentira no trabalho? Você pode não se lembrar ou não querer admitir, mas o mais provável é que sim. Quem garante são os especialistas em comportamento, que definem a mentira como uma espécie de estratégia de defesa necessária à sobrevivência em sociedade. “Onde houver relações humanas haverá mentira”, diz Luiz Scocca, psiquiatra da Associação Brasileira de Psiquiatria. “Falar a verdade o tempo inteiro é tão raro quanto seria contraproducente para uma boa socialização.” Há quem diga que a presença da mentira obedece ao princípio de Pareto (também conhecido como regra dos 80/20): 20% das pessoas contam 80% das lorotas e os 80% restantes falam os outros 20%. Ou seja, uns inventam mais, outros menos, mas todo mundo mente. No contexto do trabalho não poderia ser diferente. Valorizar o currículo com experiências e habilidades e maquiar pontos fracos e deslizes na carreira são clássicos. Um levantamento da MyDNA revelou que 75% dos brasileiros mentem no CV. Informações sobre o salário no último emprego, domínio de inglês, tempo de inatividade e qualificações de ensino são as principais inverdades. Mesmo prevista pelos recrutadores, a prática pode custar caro. Em uma pesquisa deste ano de uma consultoria de recolocação, 33% dos executivos disseram ter descartado candidatos no processo seletivo ao perceberem que não falavam a verdade. De estagiários a executivos, o que pode variar é o grau de elaboração, mas todos mentem. Nem autoridades e profissionais altamente qualificados escapam. Há pouco tempo, o governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel, e a professora e pesquisadora Joana D’Arc Félix de Sousa viraram notícia por terem inflado o currículo com títulos que, na verdade, não têm — ele, o diploma de doutorado em direito; e ela, de pós-doutorado na área de química, ambos pela Universidade Harvard, uma das mais prestigiadas do mundo. Sem explicar muito bem a manobra, depois de flagrados, os dois apenas corrigiram a informação na plataforma de currículos na internet, mas o filme já estava queimado. Nenhuma mentira está liberada quando se está buscando uma vaga. “Nem o nervosismo ou a pressão pela necessidade do emprego podem justificar faltar com a verdade. A rotina profissional é repleta de situações que colocam o indivíduo sob tensão e, se ele mente na entrevista, entende-se que vai agir do mesmo modo no dia a dia de suas funções”, avalia. Mas nem toda mentira deve ser julgada pelo viés moral. Pense naquela vez que você inventou uma pendência para escapar do almoço ou café com o colega chato. Ou quando tranquilizou o chefe dizendo que estava terminando uma tarefa que nem sequer tinha começado. Ou quando deixou de dar uma opinião sincera sobre a roupa, o corte de cabelo ou uma ideia de alguém. São exemplos de mentiras sociais, quase sempre inofensivas e necessárias para manter girando a roda dos relacionamentos. Por que inventamos? Cada um tem uma motivação: uns para obter vantagens, outros para se sentirem valorizados; uns para evitar algum conflito, outros para ser aceitos no grupo. Na maioria das vezes, o que está em jogo é a segurança e a autoestima. Há, é claro, mentirosos mal-intencionados, que manipulam pessoas e informações de olho em objetivos pessoais. A servidora pública Ângela, de 43 anos, chegou a ser exonerada do órgão em que atuava em um dos ministérios do governo federal por causa das invenções de uma subordinada. Há quatro anos, quando a mãe de Ângela faleceu, ela tirou o período de licença a que tinha direito. Depois de alguns dias afastada, a subordinada levou ao coordenador que a chefe não ia trabalhar há dias e que havia deixado projetos pendentes. Sem checar a situação no RH, o gestor acabou não só dispensando Ângela como promovendo a subordinada ao cargo dela. O emprego — em outra posição — foi recuperado em algumas semanas, mas para isso foi preciso ameaçar com um processo e reunir outras vítimas das mentiras da funcionária: um estagiário acusado de furto, outra que levou fama por intriga e até a moça do cafezinho, acusada de falta de higiene quando, na verdade, era a outra, dissimulada, que a boicotava jogando sujeira na bebida. Como agir com um colega, subordinado ou líder mentiroso vai depender da mentira, do autor dela e das consequências para as pessoas e aos interesses da companhia. O mesmo vale para a punição aplicada. No universo das corporações, o prejuízo de faltar com a verdade pode render desde uma advertência ou suspensão temporária até a dispensa do funcionário. Pelo Artigo no 482 da CLT, atos de improbidade validam a demissão por justa causa. Ações ou omissões desonestas por parte do candidato ou empregado — como inventar uma morte ou doença para justificar falta ou apresentar documentos falsos, de atestados médicos a certificados de ensino, por exemplo — encaixam o trabalhador nessa categoria. A punição está prevista em lei, mas a decisão de aplicá-la cabe ao empregador. De qualquer forma, sempre que uma mentira é contada no trabalho, o maior prejudicado é o autor dela. “Primeiro, porque ele sabe que mentiu, e o medo de ser desmascarado pode se transformar em estresse e insegurança, prejudicando o bem-estar e a produtividade do trabalhador”. Além disso, o mais comum é que equipe e gestor percebam o comportamento mentiroso, ainda mais quando é recorrente. “Isso coloca em dúvida o caráter e a credibilidade do colaborador, muitas vezes de forma irreversível. Talvez ele não seja despedido, mas poderá ser mais cobrado, rebaixado ou até excluído de projetos e processos, o que também dificultará a vida dele no ambiente profissional”, diz Nathana Lacerda, especialista em imagem e reputação. O indivíduo tem sempre a escolha entre dizer a verdade e mentir, mas os especialistas destacam que os líderes têm responsabilidade na criação de ambientes à prova de desonestidade e subterfúgios. “Culturas organizacionais pouco abertas a aceitar o erro como parte do aprendizado acabam estimulando a mentira”, afirma Mario Junior, sócio da S2, consultoria

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Maiores startups do País já valem R$ 89 bilhões

Talvez poucas pessoas saibam dizer quem são David Velez, Fabrício Bloise e André Street. Mas, certamente, boa parte do País já ouviu falar das marcas criadas por eles, como Nubank, iFood, Playkids e Stone. Essa geração de empresários é a nova cara do capitalismo brasileiro, que tem como base tecnologia, inovação e criatividade. Ao contrário de empresas tradicionais, que ainda sofrem para superar a grave crise que assolou o País, seus negócios crescem a dois dígitos por mês, empregam como nunca e valem bilhões de reais – só as cinco maiores companhias dessa nova economia (Nubank, 99, Stone, PagSeguro e Movile) valem cerca de R$ 89 bilhões. No jargão do mercado, elas são chamadas de unicórnio, startups que alcançaram a marca de US$ 1 bilhão em valor de mercado. Criada em 2012 por André Street e Eduardo Pontes, a Stone está bem acima desse patamar. A empresa de meios de pagamentos, mercado conhecido pelas “maquininhas”, captou US$ 1,5 bilhão na bolsa norte-americana Nasdaq em outubro e, hoje, está avaliada em R$ 31 bilhões. A valorização traduz o potencial de crescimento da empresa, que elevou em 104% a carteira de clientes em 2018 e, até setembro, já havia faturado R$ 1,04 bilhão, com crescimento de 102% em relação a igual período de 2017. Os números, avalia o presidente da companhia, Augusto Lins, são reflexo da cultura da empresa, voltada para inovação. “Isso é resultado de anos de trabalho, que só agora aparece para o público.” Outro diferencial, diz ele, está nos profissionais que trabalham na companhia: “Nossos funcionários são desafiados a criar soluções. Aqui, não temos tempo para mimimi”. Atualmente, a Stone tem 5% de participação no mercado, 3,5 mil funcionários e 200 vagas em aberto. O banco digital Nubank ainda não abriu capital na bolsa, mas é a aposta do mercado para este ano. Fundado em 2013, a instituição teve aporte de US$ 90 milhões da chinesa Tencent e vendeu US$ 90 milhões em ações para outros investidores no ano passado. No total, a empresa do colombiano David Velez já captou US$ 420 milhões e está avaliada em US$ 4 bilhões (cerca de R$ 15 bilhões). A líder em valor entre essas empresas bilionárias é a Pagseguro, que captou US$ 2,3 bilhões na bolsa norte-americana em 2018 e, hoje, vale R$ 34 bilhões. Ao contrário das demais, no entanto, a empresa nasceu dentro de um grupo já estruturado no mercado, o Uol. Na avaliação do presidente da Associação Brasileira de Startups (Abstartups), Amure Pinho, uma das estratégias de sucesso dessas empresas é atuar em lacunas deixadas pela velha economia, como as falhas de mobilidade urbana, baixa oferta de crédito e custos elevados dos serviços financeiros. No geral, a ideia é resolver problemas que atormentam a vida do brasileiro. É o caso da Movile, com seu iFood – plataforma de entrega de comida – que virou uma facilidade para moradores de grandes cidades. Última a entrar para o grupo das empresas bilionárias, a companhia tem participação em outros nove negócios, que vão de serviço financeiro, entrega e localização geográfica. A companhia, liderada por Fabrício Bloisi, já recebeu aportes de US$ 854 milhões de grandes investidores como os fundos Naspers Ventures e o brasileiro Innova Capital – esse último mantido por Jorge Paulo Lemann. Para dar conta do crescimento, contratou 800 pessoas em 2018 e abriu 600 vagas neste ano. “A palavra de ordem para 2019 é hipercrescimento, vamos acelerar ainda mais o ritmo da empresa”, diz Helisson Lemos, diretor de operações da Movile, que, em oito anos, cresceu a uma taxa de 60% ao ano. “O Brasil demorou para entender o poder da indústria de tecnologia”, diz Paulo Veras, fundador da 99, vendida, em 2018, para a chinesa Didi Chuxing. Na avaliação dele, esse ecossistema evoluiu de 2008 para cá e veio para ficar. “Não é uma nova bolha da internet; nunca tivemos tantas empresas de qualidade como agora.” Para Veras, essa leva de startups (bilionárias) vai reposicionar o Brasil no novo capitalismo mundial. “No passado, os jovens queriam trabalhar em um banco ou em uma grande empresa. Hoje, querem empreender e estão mais preparados (parte deles fez curso ou passou temporadas no Vale do Silício).” ‘Techs’ são promissoras para recolocação de executivos em 2019 Com a expectativa de reformas no novo governo, o mercado ganhou novo ânimo, e a previsão é que a economia brasileira volte a crescer em 2019. Dados recentes indicam que 97% das empresas devem realizar algum tipo de investimento neste ano, segundo a consultoria Deloitte Touche Tohmatsu. O otimismo também reaquece os RHs, que aceleram seus processos de contratação. O cenário é favorável para quem está em busca de recolocar-se na carreira, com destaque para um setor que vem desabrochando, o das “Techs”, segundo Hugo Liguori, diretor regional da DNA Outplacement. O novo segmento – que abrange diversos setores tradicionais, como saúde (Healthtechs), Direito (Lawtechs), educação (Edutechs), finanças (Fintechs) e RH (HRtechs) – torna-se um terreno interessante para inserção de profissionais de alto cargo, já que, aos poucos, deixa a alcunha de startups e passa a competir com grandes players do mercado. “Apesar de inovadoras, elas precisam ter uma base, que vem justamente da experiência de executivos com longos anos de trabalho em empresas consolidadas. Além disso, algumas oferecem cotas de sócio, o que é uma boa oportunidade se ‘explodirem’ e abrirem capital na bolsa, por exemplo”, explica Liguori. O setor de seguros está na lista de quem deve contratar novos talentos em 2019 na esteira do crescimento. A área passa, agora, por uma grande transformação digital com o surgimento das Insurtechs, que prometem desburocratizar processos, trazendo simplicidade, acessibilidade e melhor experiência aos clientes. Refletindo a mudança de hábito dos consumidores, a posição de maior destaque no momento é a de User e Customer Experience. As HRtechs devem ser as principais aliadas das grandes companhias para encontrar profissionais para cargos mais baixos. “Elas são vantajosas, pois ajudam na contratação dos melhores funcionários oferecendo um trabalho de menor custo e resultados potencialmente bons e rápidos”, completa

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75% dos brasileiros mentem em seus currículos

Três a cada quatro brasileiros mentem em seus currículos. As mentiras mais comuns são em relação ao salário anterior e fluência em inglês. As informações foram obtidas por meio de uma pesquisa realizada pela DNA Outplacement, uma consultoria voltada a executivos, gerentes e subgerentes em processo de recolocação profissional. De acordo com o levantamento, 48% dos currículos brasileiros tinham distorção quando o assunto era o salário atual ou o recebido no último emprego. A fluência em inglês também costuma ter informações incorretas. Isso foi observado em 41% dos casos. A seguir, estão informações deturbadas são tempo de inatividade (em 12% dos casos) e grau de escolaridade e cursos realizados (com distorção em 10% dos casos analisados). “As razões são diferentes, mas ocorre entre os diversos níveis profissionais”, afirma Hugo Liguori, Diretor Regional da DNA, em comunicado. “Os jovens normalmente não colocam tanto peso na elaboração de seu currículo, enquanto executivos e gerentes se agarram à urgência em conseguir uma nova oportunidade para cometer essa irregularidade.” A consultoria reforça que a prática não é exclusiva do Brasil. A mesma pesquisa foi realizada em outros países latino-americanos. A prática mentirosa é ainda maior na Colômbia (85% de currículos com mentiras) e no Peru (78% de currículos com mentiras. O Chile, apesar de abaixo das taxas observadas nos outros lugares, tem 72% de currículos com distorção. O levantamento foi feito durante seis meses com 500 empresas. A DNA Outplacemente atua principalmente na América Latina, mas também conta com escritório nos Estados Unidos.   Fuente: https://epocanegocios.globo.com/Carreira/noticia/2019/05/75-dos-brasileiros-mentem-em-seus-curriculos.html Foto: unsplash.com

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